Seguidores

domingo, 12 de setembro de 2021

 Adega Cooperativa de Braga

(1958-2009)

   A Adega Cooperativa de Braga, abandonada há longos e largos anos, teima em manter as suas paredes de pé, apesar dos rumores que saem na Imprensa, face ao novo empreendimento que por ali vai ser erguido. As suas instalações, obsoletas pelo correr apressado do tempo, pelo emergir de Novos Paradigmas, são um testemunho de outrora, esse outrora em que a vinha e os seus frutos tinham na velha Adega destino certo - dando corpo ao vinho da região. O desenho do edifício da Adega Cooperativa de Braga, saiu do pulso do arquiteto Mário Cândido de Morais Soares. O projeto foi aprovado em Assembleia Geral, aos 5 de março de 1957 e, em 1958, arrancaram os trabalhos. Trata-se, portanto, de uma obra levada a cabo no tempo do Estado Novo. O setor desenvolveu-se, acabando por suscitar em 1992 a requalificação  do espaço, desta feita pelo pulso do arquiteto Vasco Morais Soares (filho de Mário Cândido de Morais Soares). A Adega foi objeto de uma ampliação e reestruturação, para colmatar as necessidades emergentes. Por forma a melhorar o seu funcionamento interno, edificou-se um novo volume, adossado à nave principal, tornando mais racionais os seus diversos setores. Foi acrescentada uma nova linha de engarrafamento, armazenamento e aprovisionamento. A Adega evidencia uma torre, com aproximadamente 15 metros, onde se eleva um depósito de água, destinado sobretudo à refrigeração e lavagem das cubas de fermentação. Na nave principal, nos dois andares, localizam-se as grandes cubas de fermentação, em betão armado. Após a grande crise económica de 2009, muitas das Adegas Cooperativas do distrito de Braga decidiram agremiar-se num só espaço, construído de raiz, e adaptado à nova realidade. As instalações desta Adega, tal como de outras, acabaram votadas ao abandono, à espera que melhores dias façam raiar a luz do progresso, sob as clarabóias das suas coberturas. Esta Adega é mais um exemplar do nosso vasto património industrial abandonado - desprezado, cuja memória deve ser preservada e, se possível, todas as suas infraestruturas - trata-se, no fundo, de um elemento que ao longo de décadas dinamizou esta região, beneficiando a economia e as suas comunidades.







(Autor: Rui Maia 11-09-2021)


Sem comentários:

Enviar um comentário

 Valença - Ponte Internacional sobre o rio Minho (Revista Branco & Negro , janeiro de 1898)